STF amplia investigação sobre emendas e aponta desvio para campanhas eleitorais.

 






O Supremo Tribunal Federal (STF) ampliou sua ofensiva contra fraudes em emendas parlamentares ao autorizar uma operação que investiga o deputado Júnior Mano (PSB-CE) por suspeita de desviar verbas públicas para financiar campanhas eleitorais por meio de caixa dois. A decisão do ministro Gilmar Mendes autorizou buscas no gabinete e nas residências do parlamentar. A apuração aponta que emendas direcionadas a municípios aliados de Mano abasteciam licitações fraudulentas, e parte dos recursos era desviada para campanhas de prefeitos apoiados por ele no interior do Ceará. A reportagem é do jornal “O Globo”.


A investigação também cita emendas ligadas, de forma indireta, a outros deputados cearenses como José Guimarães (PT), Eunício Oliveira (MDB) e Yuri do Paredão (MDB), embora nenhum deles tenha sido alvo direto da operação. A Polícia Federal afirma que Mano tinha papel central na manipulação do processo eleitoral, por meio de compra de votos e desvio de recursos. Ele nega qualquer irregularidade e afirma que sua conduta será reconhecida ao fim da apuração. O caso corre sob sigilo no STF, e envolve crimes como lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e organização criminosa.


O esquema envolveria cobrança de propina de até 12% para liberar emendas a prefeituras, prática revelada inicialmente por uma ex-prefeita de Canindé. Em uma das frentes da investigação, Carlos Alberto Queiroz, o “Bebeto”, eleito prefeito de Choró, aparece como operador do esquema, em mensagens em que trata da destinação de emendas mediante pagamento de “pedágio”. A Polícia Federal descreve a prática como “institucionalizada de corrupção”. A operação realizada no gabinete de Mano durou cerca de seis horas e apreendeu documentos e outros materiais.


Outros parlamentares também são alvos de investigações similares. O STF já tornou réus os deputados Josimar Maranhãozinho, Pastor Gil e o suplente Bosco Costa por comercialização de emendas. O ex-ministro das Comunicações, Juscelino Filho, foi denunciado pela PGR por desvio de verbas em benefício da própria família. Casos envolvendo os deputados Félix Mendonça e Afonso Motta também revelam esquemas semelhantes, com suspeitas de propinas, favorecimento e contratos superfaturados.


As investigações têm gerado tensão entre os Poderes e preocupam lideranças do Congresso, especialmente diante da possibilidade de novas ações e medidas cautelares contra parlamentares. Parte dos indícios surgiu de relatórios da Controladoria-Geral da União e cruzamentos de dados, revelando a destinação concentrada de emendas sem critérios técnicos. Em resposta às acusações, os parlamentares envolvidos negam irregularidades e afirmam que suas ações seguem a legalidade e a transparência.



Fonte: Política Livre 

Foto: Reprodução 

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